Na segunda-feira (1º/8), a sessão do Pleno do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (TRT8) foi marcada pela presença de duas tradutoras e intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (Libras). Essa é a primeira vez que a ferramenta de acessibilidade para pessoas com deficiência auditiva é utiliza em sessão plenária do órgão.

O desembargador Francisco Sérgio Rocha, que coordena o grupo de trabalho da Diversidade do TRT8, elogiou a iniciativa. “Parabenizo a Presidência por essa iniciativa que é importante quando o Tribunal compreende e prestigia a diversidade. Nós temos a necessidade da inclusão das pessoas com deficiência, esse é um gesto no sentido correto de incluir essas pessoas que também são usuárias do serviço da Justiça.”

O desembargador do TRT8 Walter Paro e o procurador do Ministério Público do Trabalho Sandoval Alves da Silva também destacaram a importância da ação. O também desembargador do Tribunal Gabriel Napoleão Velloso Filho indicou a importância de o serviço de intérprete de Libras ser destacado também para os juízos de primeiro grau.

A servidora do TRT8 Luisa Leão afirma que “a barreira comunicacional é uma das mais difíceis de serem vencidas, e hoje nós temos um marco muito importante de acessibilidade comunicacional que garante o acesso à informação, acesso à justiça, as pessoas com deficiência, em especial as pessoas surdas. Isso é um marco importante que precisa ser estendido para as demais sessões, demais eventos, para todas as manifestações públicas do Tribunal”.

As comissões têm implementado as intérpretes de Libras nos principais eventos do Tribunal. Luiza Leão entende, como cidadã, que quanto mais espaços ofertarem esse tipo de acessibilidade e outros que são muitos necessários, estaremos garantindo uma sociedade mais justa e mais humana, que entende a diversidade como um valor e busca incluir todo o mundo.

A tradutora e intérprete de Libras, Zila Marques, começou a atuar na área em 2020. “Estamos iniciando hoje a sessão do Pleno traduzida em Libras e é um grande desafio. Esperamos que esse processo continue e esperamos que cada vez mais a comunidade surda tenha mais acesso a esses locais tão importantes socialmente.”

Ela explica que a tradução não é fácil, pois você trabalha tanto o cognitivo quanto o físico. “É um trabalho de uma língua para outra. E não são as duas línguas orais. São línguas diferentes. A língua Libras é uma língua gestual e a língua portuguesa é oral. É um trabalho que exige tanto esforço físico e mental e por isso temos que ter o revezamento durante o evento.”

A outra interpréte, Geny Ferreira, há 15 anos atua como tradutora e intérprete de Libras. E pela primeira vez participou de uma sessão na Justiça do Trabalho. Ela ressalta que o trabalho em Libras sempre é um desafio, que requer pesquisa constantes, estudos e muito aprendizado.

Fonte: TRT8

Fonte: Portal CNJ