O Centro Estadual de Assistência aos Radioacidentados Leide das Neves (C.a.r.a), unidade multidisciplinar ambulatorial do Governo de Goiás ligada à Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), promoveu na tarde desta quarta-feira (29/9), um encontro para lembrar os 34 anos do acidente com o Césio-37 – que embora tenha ocorrido no dia 13 de setembro de 1987, só foi oficialmente notificado no dia 29. 

O evento reuniu a diretoria e servidores do C.a.r.a, representantes das três associações de vítimas envolvidas direta ou indiretamente no acidente e também pacientes atendidos na unidade, que somam cerca de 1,2 mil pessoas cadastradas, segundo a diretora-geral, Juliana de Farias Bretas. Segundo ela, o evento teve como objetivo destacar a memória do acidente. “Não é comemorar, pois foi um acontecimento muito triste, há 34 anos’, e sim dar esse acolhimento às vítimas, como são consideradas até hoje”, explica.

A reunião foi marcada por preces e sermões do pastor e médico da unidade, o cardiologista Paulo Filho, e canções evangélicas interpretadas por José Pedro de Almeida. Engenheiro mecânico industrial, ele foi convidado a se apresentar, voluntariamente, a convite de Martha de Almeida, subcoordenadora de Monitoramento do C.a.r.a e irmã do pastor.

Para João de Barros Magalhães, presidente da Associação dos Contaminados e Irradiados e Expostos pelo Césio (Aciec), lembrar os 34 anos do acidente é significativo. “É importante lembrar,  para não entrar no esquecimento, mas ficar sempre na história, para que a população do estado e do País estejam sempre cientes do que aconteceu aqui”, disse o representante dos trabalhadores do então Crisa (hoje Goinfra), que atuaram no transporte dos rejeitos radioativos. 

Mesma opinião tem Suely Lina, presidente da Associação da Vítimas do Césio 137, que representa os moradores da região onde ocorreu o acidente radiológico (Setores Aeroporto e Ferroviário). “O acidente não deve ser esquecido, para que não ocorra de novo”, afirmou. 

Também presente à celebração, Dona Lourdes das Neves Ferreira, se disse feliz por participar do momento. “É bom saber que a memória não se apagou e temos que continuar revivendo”, disse a mãe da menina Leide das Neves, que dá nome ao C.a.r.a. A garota foi uma das quatro pessoas que morreram por causa da contaminação com o material radioativo. Ela tinha 6 anos de idade, em outubro de 1987. 

Saiba mais sobre o C.a.r.a. no link a seguir: https://www.saude.go.gov.br/unidades-de-saude/outras-unidades/cara

Fonte: Secretaria da Saúde (SES-GO)

Fonte: Portal Goiás