Na gleba da agricultora, Dona Ilnéia Alves Rocha Barros, no Núcleo Alexandre de Gusmão, em Brazlândia, está o córrego do Rodeador, que alimenta a Bacia do Rio Descoberto, responsável pelo abastecimento de 60% da população de Brasília.

Depois de muito trabalho, desde 2019, que marca o início das ações desenvolvidas pela Secretaria do Meio Ambiente, com o apoio do Projeto Citinova, do Ministério da Ciência e Tecnologia -MCTI, ela comemora, com o marido Claudionor e a filha Adriana, os bons resultados da recuperação das áreas de proteção ambiental degradadas, de nascentes e a produção da agrofloresta mecanizada (SAFs), utilizando boas práticas da agricultura sustentável.

O programa, implantado a partir de 2019, envolve a recomposição da vegetação nativa em áreas de preservação permanente (APPs) de nascentes, áreas de recarga hídrica e demais APPs degradadas ou alteradas nas Bacias dos rios Descoberto e Paranoá, visando à manutenção e à recuperação de seus aquíferos | Foto: Divulgação/Sema

Na segunda-feira (17), a área incluída no programa Sema/CITinova, recebeu a visita do secretário do Meio Ambiente, Sarney Filho, acompanhado do diretor nacional do projeto no MCTI, Luís Henrique Pereira, da coordenadora nacional do projeto, Ana Lúcia Stival, da responsável institucional do CITinova na Sema, Márcia Coura e da coordenadora na secretaria, Nazaré Soares, além de técnicos das duas áreas.

“A segurança hídrica do DF passa pelas ações que a Sema está desenvolvendo com prioridade”Sarney Filho, secretário do Meio Ambiente

O programa, implantado a partir de 2019, envolve a recomposição da vegetação nativa em áreas de preservação permanente (APPs) de nascentes, áreas de recarga hídrica e demais APPs degradadas ou alteradas nas Bacias dos rios Descoberto e Paranoá, visando à manutenção e à recuperação de seus aquíferos. Também fazem parte da iniciativa a implantação nas duas bacias de Sistemas Agroflorestais , que além da segurança hídrica se associa à segurança alimentar e alternativa de renda ao agricultor familiar .

A visita se estendeu às áreas em processo de recuperação e ao projeto de agrofloresta| Foto: Divulgação/Sema

Crise hídrica

D. Inéia Alves comemora as mudanças que ocorreram na terra. “Sofremos muito com a falta de água, durante a crise hídrica de 2016/17 aqui no Distrito Federal. Agora a água está voltando com a recuperação do solo e a agrofloresta ajudando a proteger e produzindo comida” , afirmou. A filha Adriana, entusiasmada, reforçou que as famílias envolvidas no programa “estão produzindo água”.

O secretário Sarney Filho destacou que as ações em propriedades nas Bacias do Descoberto e do Paranoá estão servindo de exemplo para outros programas no DF. “A segurança hídrica do DF passa pelas ações que a Sema está desenvolvendo com prioridade”, afirmou.

A visita se estendeu às áreas em processo de recuperação e ao projeto de agrofloresta. Foi plantado um hectare de agrofloresta mecanizada- SAFS.

Antes do início das ações, foi realizado, a exemplo de outras áreas incluídas no programa junto aos agricultores, diagnóstico da área, a fim de analisar histórico de plantios, as preferências de espécies a serem plantadas pela família e suas perspectivas quanto à comercialização de produtos vindo dos SAFs.

Foram plantadas nesta propriedade 667 mudas, dentre espécies variadas, com foco em frutíferas considerando o interesse da família em beneficiar esses produtos para comercialização.

Reserva Legal

A gleba visitada faz parte do Assentamento Gabriela Monteiro, de aproximadamente 56 hectares, sendo 18 em área de Reserva Legal contínua. Foram plantadas 2.438 mudas de espécies nativas do cerrado em, aproximadamente, 4,0 ha da reserva, utilizando plantio total, condução da regeneração natural e núcleos de Anderson, com adensamento de mudas.

Segundo a Assessora Especial da SEMA, Elisa Meirelles, a participação dos produtores no cuidado e recuperação da reserva do assentamento é importante para a conservação da área e fundamental para o sucesso dos plantios, que exigem acompanhamento e manutenção. “A área de reserva legal possui nascentes importantes para a Sub-bacia do Rodeador que apresenta diminuição da disponibilidade hídrica ao longo do anos”, explicou.

A coordenadora do CITinova na Sema, Nazaré Soares, destacou a importância da visita. “Foi uma iniciativa positiva, porque mostramos aos nossos parceiros que não acompanham os projetos da Sema tão de perto, como o MCTI e o PNUMA, programa das Nações Unidas, como as iniciativas estão impactando positivamente a vida das famílias atendidas. Do ponto de vista dos produtores, a presença de todos também é boa para que eles entendam que fazem parte de um projeto maior, que envolve além da Sema, um ministério e um organismo internacional”, disse.

Nazaré Soares acrescentou que os produtores mantêm com dedicação o SAF e comercializam produtos desse cultivo e seus processados, como farinhas, biscoitos, granola e temperos. A família da proprietária se uniu com outras produtoras para criação de uma rede de mulheres assentadas, agricultoras de Brazlândia, que comercializam alimentos por meio de Comunidade que Sustenta a Agricultura – CSA. O casal também possui uma banca na feira da ponta na Asa Norte de Brasília, na SQS 216, que acontece nas manhãs de sábado.

O CITinova é um projeto multilateral coordenado nacionalmente pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Conta com financiamento do Fundo Global para o Meio Ambiente. No DF, as ações são executadas pela Sema, com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE).

*Com informações da Secretaria de Meio Ambiente

Fonte: Agência Brasília