A Biblioteca Nacional recebeu, na tarde desta terça-feira (18), o I Seminário Interno das Repúblicas LGBTQIA+ da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes). Na mesa, estiveram presentes representantes da Sedes, da Câmara Legislativa do Distrito Federal e do Instituto Ipês, responsável pela gestão dessas unidades. Na plateia, os moradores das três repúblicas e assistentes sociais.

A pauta do encontro teve como tema o surgimento da Política de Assistência Social em prol de pessoas em situação de vulnerabilidade e vítimas de preconceito social e familiar. Além disso, foi abordada a criação das repúblicas para acolher e fortalecer pessoas.

O I Seminário Interno das Repúblicas LGBTQIA+ foi realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) e pelo Instituto Ipês na Biblioteca Nacional | Foto: Ádamo Dan/Sedes

Para o diretor de Serviços Especializados a Famílias e Indivíduos da Sedes, Felipe Areda, a criação dessas unidades é uma demanda antiga, pois a necessidade de serviços especializados de abordagem e acolhimento para essa comunidade sempre foi uma questão debatida nas conferências de assistência social.

“O DF é pioneiro nessa iniciativa”, enfatiza Felipe Areda. “Ouvimos a população, especialistas e demais envolvidos no tema para chegarmos ao modelo implantado”, complementa.

As repúblicas são espaços de serviços de alta complexidade, lugares em que a atuação de servidores e de profissionais socioassistenciais visam contribuir para o resgate da autonomia e da dignidade humana, para que os moradores possam ser fortalecidos e preparados para a inclusão social.

A coordenadora das repúblicas LGBTQIA+, Ludymilla Santiago, pontua que políticas públicas como essa são construídas em conjunto com poderes, movimentos sociais, institutos, lideranças e sociedade.

“A ideia desse primeiro seminário é trazer o resgate, pois muitos vieram de situações de agressão e de violência por causa de orientação sexual e identidade de gênero. No acolhimento, orientamos o morador que ele não é um usuário de um projeto, mas mostramos que, mesmo diante de violações e de direitos negados, ele tem um espaço para dar novo significado à própria vida, entender que é donos do espaço e conta com o apoio de coordenação, da assistência técnica e psicólogo”, descreve Ludmylla.

Morador de uma das três repúblicas do DF, Almir Gomes contextualiza que o espaço é um encontro de pessoas com histórias de vida parecidas e que a convivência é um desafio, pois são pessoas feridas pelo preconceito. “Desde que cheguei à república, pude não só ser eu mesmo, como pude também conhecer pessoas como eu. Assim, podemos dividir nossos problemas, nossas histórias e nossas lutas para sair de uma situação de vulnerabilidade para uma história de superação. Não basta apenas ser acolhido, é necessário ter esforço para romper com as barreiras e se superar.”

A expectativa é que mais encontros desse tipo ocorram nos próximos meses, com outras temáticas relacionadas ao tema para auxiliar no direcionamento de estratégias e ações.

*Com informações da Secretaria de Desenvolvimento Social

Fonte: Agência Brasília