O governo federal confirmou a tendência de retomada dos concursos públicos em órgãos da União, que vinha sendo aguardada com expectativa. Na última sexta-feira, 16, a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, anunciou a abertura de 21 novos concursos para preencher 4.436 cargos efetivos. O total anunciado soma-se a outras 1.444 vagas efetivas, que foram autorizadas anteriormente na Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) e nos ministérios das Relações Exteriores, do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia. Com isso, são 5.880 vagas abertas neste ano pelo governo federal.

Entre as repartições contempladas no anúncio da semana passada, estão os ministérios da Agricultura, do Trabalho, da Educação, da Saúde e das Relações Exteriores, além de autarquias como o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte), a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), o Inmetro (Instituto Nacional de Meteorologia), o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). Os editais de todos os certames estão em preparação e devem ser publicados dentro do prazo legal de seis meses. 

Nos cargos ofertados por esses concursos, estão vários que exigem a formação de nível superior, como os de tecnologista, pesquisador, auditor, analista de nível superior e especialista em suas mais diversas formações, como Engenharia, Economia, Ciências Sociais, Administração, Psicologia, Pedagogia, Relações Internacionais e Comunicação Social, entre outras. 

Na coletiva de imprensa feita para anunciar os concursos, a ministra Esther Dweck afirmou que os critérios adotados pelo governo levam em conta fatores como a idade média dos servidores da ativa, o impacto imediato nos serviços prestados à população e o quantitativo de perda de servidores nos últimos anos. Foi destacado ainda que a administração pública sofreu, ao longo dos últimos sete anos, uma perda de cerca de quase 100 mil servidores, que deixaram seus cargos por vários motivos.

Atrativos

A retomada dos concursos públicos no Brasil já vinha acontecendo desde o ano passado, com o fim gradual das medidas restritivas impostas pela pandemia da Covid-19, e teve como destaque a abertura de 1 mil vagas no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), cujo concurso aconteceu em novembro, mas tende a se intensificar com a mudança de gestão no governo federal e em boa parte dos governos estaduais, onde alguns concursos para preenchimento de vagas também já foram abertos. É o caso de São Paulo, que vai contratar mais 2.700 soldados de segunda classe para a Polícia Militar; e de Minas Gerais, que abriu edital para mais de 19 mil vagas na rede estadual de ensino. 

Muitas pessoas vêm se preparando para disputar vagas no serviço público, que atraem candidatos não apenas pelos altos salários de alguns cargos, mas pelos planos de carreira preestabelecidos e pela estabilidade desses cargos, garantida por lei e com um regime jurídico diferenciado da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). “Essa estabilidade é bastante interessante, mas vale ressaltar que existe algo além que o servidor público deve levar no coração, que é a vontade de servir à população brasileira”, ressalta a gerente do Tiradentes Carreiras, Janaína Machado. 

Como se preparar

Os preparativos para encarar um concurso público exigem, além de dedicação aos estudos, uma leitura atenta do edital de cada processo seletivo. Ele mostra ao candidato tudo o que ele precisa saber sobre as regras do concurso. Entre os principais pontos que precisam ser observados estão: disposições preliminares e banca organizadora, organização da seleção, inscrições, taxas e isenção, cargos e vagas, requisitos, atribuições e local de trabalho, etapas do concurso, pontuação e o conteúdo programático, com todos os assuntos que poderão ser abordados nas questões das provas.  

“Uma dica importante é estudar antes de sair o edital, pois isso aumenta consideravelmente as chances de aprovação. É só olhar o edital anterior do concurso que será prestado e se basear nele para os estudos. Vários outros detalhes super importantes acompanham as informações do edital e fazem toda a diferença na hora de prestar um concurso”, diz Janaína, indicando que o conteúdo exigido em cada edital pode ser um guia importante para se montar um roteiro de estudos.

A especialista em carreiras também destaca a importância de se manter o foco no andamento dos estudos, definindo os materiais de estudo, organizando os assuntos e estabelecendo uma rotina diária, com temas, horários e momentos de pausa. “Passar em um concurso público ainda é um sonho de muitas pessoas, e, como um sonho, tudo requer planejamento e dedicação para que ele se realize”, orienta.