A mineração industrial vai observar expansão nos próximos anos no estado do Pará e irá se desenvolver de acordo com as métricas e parâmetros ESG, ou seja, com boas práticas sustentáveis, voltadas à excelência em relação aos aspectos ambientais, sociais e de governança. “Quem quiser ter um lugar no futuro tem que prestar atenção nessas três letras: ESG e, além de prestar atenção, tem que praticá-las. Porque não há lugar no futuro para quem não estiver devidamente obtendo sua licença ambiental, a sua licença social e obviamente tendo uma boa governança”, afirmou o diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Raul Jungmann.

Raul Jungmann declarou que “o presente e o futuro da mineração passam pelo Pará”. Ele e mais empresários e autoridades participaram do seminário “Pará: oportunidades de investimentos no setor mineral”, encerrado nesta 2ª feira (20), em Belém. Além de Jungmann, a solenidade de abertura contou com José Fernando Gomes Júnior, secretário de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia do Pará, representando o governador paraense Helder Barbalho; José Conrado Azevedo Santos, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA); Guido Germani, presidente do Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará (SIMINERAL).

Novos projetos minerais no Pará

No evento, novos projetos de mineração no Pará foram detalhados. O projeto Tocantinzinho envolve uma área na província de Tapajós, no estado do Pará, a cerca de 200 km ao sul-sudoeste da cidade de Itaituba, a 108 km do distrito de Morais Almeida e a 1150 km a sudeste de Belém. Segundo Lincoln Silva, diretor-presidente da GMinining Ventures Corp, este projeto é considerado um ativo de ouro de alta qualidade. “O Tocantinzinho tem cerca de 2 milhões de onças de reservas e mais de 700 km quadrados de terreno entre licenças de exploração e conservação de lavras. Sendo que apenas 5% dessa área foi testada em termos de sondagem e pesquisa”, explicou.

O diretor-presidente da GMinining Ventures Corp disse ainda que o Projeto pretende gerar cerca de 1200 empregos durante o pico das operações e uma média de 650 empregos diretos de alta qualidade durante todo o período de produção.

O projeto Boa Esperança de Cobre, da Ero Copper, localizado no município de Tucumã, estado do Pará, também foi apresentado durante o seminário pelo gerente de geologia da empresa, José Guilherme. Segundo ele, a implantação do projeto tem um investimento previsto de US$ 294 milhões, contribuindo com a economia local, geração de emprego e renda e aumento de arrecadação de impostos para o estado. Segundo José Guilherme, a lavra deverá ser feita a céu aberto e o tempo de vida útil previsto para a mina é de 12 anos. As obras de infraestrutura necessárias para o desenvolvimento do projeto já se iniciaram em maio deste ano.

Destaques do Pará na mineração

O diretor-presidente do IBRAM falou sobre os bons resultados da mineração no estado, em termos de faturamento, produção e atração de investimentos. O faturamento de 2021 da mineração do Brasil foi de R$ 339 bilhões. O estado do Pará contribuiu com R$ 146,5 bilhões, ou seja, 43,2% do faturamento. Em termos de impostos e royalties a parcela do Pará foi de 43%. Do total das exportações paraenses em 2021 (US$ 57,8 bilhões), US$ 25 bilhões foram de minérios, ou seja, o setor representa 43% da pauta de exportações do estado.

Para José Fernando Gomes Júnior, secretário de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia do Pará, “o setor mineral é muito importante para o Pará. A mineração tem números importantes e ela tem que ser feita por, cada vez mais, paraenses”. Ele disse que o governo estadual tem buscado manter um ambiente de negócios favoráveis à atração de investimentos para a mineração e outros setores. E também anunciou avanços em projetos em parceria com o setor de mineração no estado.

Segundo o presidente da FIEPA, José Conrado Azevedo Santos, “reconhecemos que o Pará é o ‘dono da bola’ no setor mineral. E ainda faltam mais de 50% de território para ser pesquisado aqui. São minérios como terras raras, os utilizados para fabricar fertilizantes, ou seja, o Pará tem muito a fazer em mineração”. Ele disse que a FIEPA e demais organizações empresariais paraenses estão unidas ao IBRAM para a expansão do setor mineral de forma sustentável no Pará.

O seminário foi organizado em parceria entre o IBRAM, o Governo do Estado do Pará e o SIMINERAL, com patrocínio da Vale e apoio da FIEPA. O conteúdo em vídeo está disponível no canal YouTube do IBRAM – https://www.youtube.com/c/c/InstitutoBrasileirodeMineração .