O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta quarta-feira (24) estar satisfeito com os resultados de sua viagem à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), especialmente com a sinalização do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para iniciar um diálogo.
“Aquilo que parecia impossível deixou de ser, e aconteceu. Fiquei feliz quando Trump mencionou a química positiva entre nós”, afirmou Lula em coletiva de imprensa, em Nova York.
O presidente observou que não há motivos para os dois países continuarem em atrito e expressou esperança de que a relação entre as duas principais democracias do continente prosperem.
“Acredito que essa relação é muito importante. Torço para que funcione. Brasil e Estados Unidos são as duas maiores democracias do continente. Temos diversos interesses empresariais, industriais, tecnológicos e científicos, além de um grande interesse em debater questões digitais e inteligência artificial”, destacou o presidente.
“Deixei claro ao presidente Trump que temos muito a discutir. Há interesses significativos para ambos os países em jogo e é crucial dialogar sobre a necessidade de garantir a paz no planeta. Fiquei satisfeito ao ouvir que é possível conversarmos”, acrescentou.
COP30
Durante a coletiva, Lula falou sobre a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em novembro, em Belém. O presidente reafirmou que será a COP da verdade, demonstrando o comprometimento global para evitar as mudanças climáticas, e reiterou o convite para que líderes mundiais compareçam ao evento.
“Teremos que contar com cientistas para dialogar com os chefes de Estado, e é essencial que todos que estiverem presentes ouçam dos cientistas o que está acontecendo no mundo, facilitando nossa tomada de decisões”, afirmou.
“Creio que os países estão apresentando NDCs [Contribuições Nacionalmente Determinadas] rigorosas e razoáveis, o que considero importante”, observou.
ONU
O presidente reiterou a necessidade de reformulação da estrutura da Organização das Nações Unidas (ONU) e do multilateralismo.
“Todos sabem que defendo uma governança mundial mais forte. Por isso lutamos há muito tempo pela reformulação da ONU, desde seu estatuto até sua composição, pois está mal representada. A realidade de 2025 não é mais a de 1945; os países e a humanidade evoluíram. É preciso acabar com o direito de veto e garantir que, especialmente nas questões climáticas, todos cumpram o que for decidido”, defendeu.
Paz
Lula criticou ainda os investimentos de diferentes países em armamentos e destacou que a quantidade atual de conflitos armados não é normal.
“Não consigo entender por que o mundo deseja destruir quando precisamos construir. O que acontece na Rússia e na Ucrânia, assim como em Gaza, não é normal; a quantidade de conflitos que enfrentamos é a maior desde a Segunda Guerra Mundial. Não é normal que tantos países gastem trilhões de dólares em armamento enquanto precisamos de trilhões para acabar com a fome no mundo”, criticou.
Fonte: Agência Brasil