O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpre nesta quarta-feira (24) seus últimos compromissos em Nova York, onde participou ontem da abertura da 80ª Sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
Na parte da manhã, na sede da ONU, Lula coordena a 2ª edição do evento Em Defesa da Democracia e Contra o Extremismo, com lideranças de cerca de 30 países. Junto ao Brasil, lideram a iniciativa os presidentes do Chile, Gabriel Boric, e da Espanha, Pedro Sánchez. O evento começa às 10h, horário local, uma hora a menos em relação ao horário oficial de Brasília.
A iniciativa busca avançar em uma diplomacia ativa que promova a cooperação internacional no combate à deterioração das instituições, à desinformação, ao discurso de ódio e à desigualdade social.
O primeiro encontro sobre a democracia aconteceu no Chile, em julho deste ano, com a presença dos presidentes do Brasil, Espanha, Colômbia e Uruguai. Na ocasião, foi divulgada uma declaração conjunta dos países.
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Crise climática e COP30
Outra prioridade na agenda de Lula em Nova York, marcada para as 14h desta quarta, é o Evento Especial sobre Clima para Chefes de Estado e de Governo, que será copresidido pelo Brasil e pelo secretário-geral da ONU, António Guterres.
O encontro visa impulsionar a mobilização dos Estados-membros para ações climáticas, incluindo a apresentação de novas contribuições nacionalmente determinadas, as NDCs, em direção à Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, que ocorrerá em novembro, em Belém.
As NDCs correspondem aos compromissos que cada país assume para reduzir a emissão de gases de efeito estufa responsáveis pelo aquecimento global. No caso do Brasil, a meta é reduzir de 59% a 67% as emissões. Até agora, cerca de 47 países apresentaram suas NDCs, segundo o Itamaraty. O evento em Nova York será uma nova oportunidade para que as nações atualizem essas metas.
Em seu discurso na abertura da Assembleia Geral, Lula destacou a necessidade de trazer o combate à mudança climática para o centro da ONU. O presidente propôs a criação de um conselho para monitorar as ações climáticas globais.
O presidente brasileiro também enfatizou a importância de que todos os líderes tomem medidas concretas diante do aumento da temperatura do planeta induzido por emissões de gases poluentes, visando negociações justas e equilibradas entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.
Lula ainda ressaltou o lançamento de um mecanismo de conservação das florestas tropicais, proposto pelo Brasil como uma ferramenta para enfrentar a mudança climática.
Encontro com Trump
Um dos destaques da viagem foi o breve encontro entre Lula e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nos bastidores da Assembleia Geral. Em sua declaração pública, Trump afirmou que pretende “se encontrar” com Lula na próxima semana e elogiou o brasileiro. O Palácio do Planalto confirmou a aproximação entre os líderes das duas maiores nações das Américas, em um cenário de tensões bilaterais devido à imposição de tarifas e tentativas de interferência na soberania brasileira por parte do governo Trump.
Segundo o Planalto, Lula e Trump tiveram uma conversa rápida e amistosa ao se encontrarem no edifício-sede da ONU, na manhã desta terça-feira (23), durante a 80ª Assembleia Geral, ao lado de chefes de Estado e autoridades de mais 191 nações integrantes da organização.
Ainda de acordo com o Planalto, a conversa foi proposta por Trump e aceita prontamente por Lula. Agora, assessores dos dois presidentes devem tomar as providências necessárias, mas ainda não está definido se a futura conversa será presencial ou por telefone.
Entrevista coletiva
Após os compromissos desta quarta, ainda na sede da ONU, Lula concederá uma entrevista coletiva para avaliar os resultados da viagem. Em seguida, seguirá para o aeroporto internacional John F. Kennedy, para embarcar de volta ao Brasil. O voo está programado para decolar às 18h de Nova York (19h no horário de Brasília), com previsão de chegada na madrugada de quinta-feira (25) a Brasília.
Fonte: Agência Brasil