A cultura hip-hop tem se consolidado como um importante instrumento de resistência e transformação social nas periferias do Brasil, incluindo o Distrito Federal. A Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF), através da Subsecretaria de Enfrentamento às Drogas (Subed), implementou a batalha de rimas e oficinas de grafite como estratégias criativas de prevenção ao uso de drogas. Estas ações fazem parte do programa GDF Mais Perto do Cidadão, promovendo a arte e o debate sobre temas relevantes, como o uso de drogas e a violência.

O projeto destaca a importância do protagonismo juvenil, permitindo que os jovens contem suas histórias. Durante os duelos de rima, eles refletem sobre suas realidades e discutem temas como desigualdade e superação, transformando a linguagem da periferia em uma ferramenta de educação e empoderamento.

A secretária Marcela Passamani enfatiza a necessidade de valorizar a cultura periférica para que adolescentes e jovens se sintam ouvidos. O MC Pedrinho, de 12 anos, vencedor de uma das batalhas, ressaltou a relevância do hip-hop como movimento de união e resgate.

Henrique Souza, de 20 anos, vencedor em outra batalha, destacou como o rap vai além do entretenimento, exigindo reflexão sobre a vida. As batalhas já ocorreram em várias localidades e os melhores MCs se classificarão para um grande evento de encerramento, reunindo 80 MCs e cerca de 200 jovens. O festival celebrará a arte e consolidará o projeto como uma vitrine de novos talentos.

Cada edição conta com duelos de 10 a 12 jovens, apresentados em três rounds. Além das batalhas, há rodas de conversa sobre autoestima e escolhas. A equipe organizadora busca parcerias para premiações e também se compromete financeiramente para apoiar os participantes, sempre com atenção ao conteúdo apresentado, evitando linguagem inapropriada.

Complementando as batalhas, a Sejus promove uma oficina de grafite com o artista Gilmar Satão, engajando os jovens na arte urbana como forma de expressão. Durante os encontros, aprendem técnicas de grafite, desenvolvendo mensagens de resistência ao consumo de drogas. Satão ressalta que a arte tem o poder de transformar mentalidades e vidas, ajudando a criar novas perspectivas.