Toda terça-feira, José Ferreira de Souza, de 77 anos, vai ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT) para encontrar seus amigos em um grupo chamado Fortalecer. Eles compartilham histórias e se apoiam enquanto enfrentam o câncer. José, que está em tratamento para câncer de próstata, destaca a importância do grupo, que oferece suporte e uma rede de apoio fundamental para aqueles que lidam com a doença.
As reuniões são realizadas todas as terças às 8h, e qualquer homem que queira participar pode se inscrever na área externa do setor de oncologia do HRT. O principal objetivo do grupo é proporcionar um espaço de convivência e atividades que ajudem a desmistificar tabus sobre a doença, incentivando momentos de descontração e esperança.
Leandro Menezes, residente em enfermagem e um dos coordenadores do Fortalecer, enfatiza a importância de mudar a percepção sobre viver com câncer. Ele ressalta que o grupo permite que os participantes compartilhem medos e recuperem a esperança, promovendo exercícios físicos e interação social, além de discussões sobre a vida e a finitude.
Ary Bento da Cunha, de 75 anos, é um dos participantes regulares do grupo. Ele considera vital a formação de laços de amizade e acredita que seu diagnóstico não define sua vida. “O câncer não deve dominar sua mente; ele deve permanecer no corpo, e só me lembro dele quando preciso tomar remédios”, declara.
O dentista Willian Oliveira, também organizador do grupo, observa que o Fortalecer se torna um espaço seguro para que os homens possam discutir temas sobre vida, morte e solidão. Marisa Cordeiro, que acompanha seu marido Vilmar de Melo, diagnosticado com câncer de próstata, testemunha mudanças significativas na saúde mental dele, percebendo um novo olhar sobre a vida.
José Antônio Carvalho, residente de psicologia e condutor do grupo, destaca a dificuldade que muitos homens têm em buscar ajuda. Ele menciona que se cuidar é uma forma de ser homem e que a troca de experiências no grupo é crucial para o fortalecimento emocional dos participantes.
A Secretaria de Saúde (SES-DF) implementou o programa “O câncer não espera. O GDF também não” para garantir atendimento mais rápido e humanizado aos pacientes oncológicos. Os pacientes são priorizados e recebidos em uma fila única após serem avaliados por um oncologista, com acesso a tratamentos como cirurgia, radioterapia e quimioterapia, começando sempre pela unidade básica de saúde mais próxima.
*Com informações da Secretaria de Saúde