Mais do que curtir as atrações musicais, o público que for à Esplanada dos Ministérios para a festa em comemoração ao aniversário de Brasília vai poder dar um mergulho na história da capital federal. Duas exposições organizadas pelo Arquivo Público do Distrito Federal (ArPDF) — Alma e Concreto e A Cidade que Inventei — apresentam imagens da época da construção e rascunhos de Lucio Costa para o projeto do Plano Piloto.
“As pessoas fazem a história, mas o Arquivo Público é quem a guarda para sempre e traz à luz aquilo que de mais importante teve nessa epopeia que foi a construção da nossa capital. Pessoas que não tiveram oportunidade de ver, de participar podem agora, aqui com esta exposição, ter um contato mais direto com quem de fato fez e transformou aquilo que era uma ideia em uma realidade: essa cidade que, 65 anos depois, é uma referência de qualidade de vida, referência de arquitetura, referência para o mundo inteiro”, destacou o secretário de Governo, José Humberto Pires de Araújo, que visitou as duas mostras na tarde deste sábado (19).

“Nós temos a parte cultural, tem o show, tem a música, mas temos também o resgate histórico das origens. Com esse resgate, o governo dá um grande passo para mostrar para a população o quanto a preservação da memória é importante para que a pessoa crie uma identidade, fortaleça seu civismo, fortaleça o orgulho que ela tem pela capital do Brasil, que é maravilhosa e é um Patrimônio da Humanidade”, acrescentou o superintendente do ArPDF, Adalberto Scigliano.
A primeira mostra, Alma e Concreto, é a que reúne fotos da época em que a capital começou a tomar forma, valorizando, sobretudo, os candangos: pessoas de diferentes regiões que vieram para Brasília a fim de colocar a cidade em pé. “Nós conseguimos nesta exposição trazer uma perspectiva diferente. Não queríamos apenas colocar fotografias com prédios, queríamos que os 65 anos de Brasília fossem representados com alma e concreto, ou seja, queríamos resgatar aqueles que trabalharam, aqueles que produziram, aqueles que deram algo de si, sangue, suor e lágrimas. Então, essa exposição tem essa característica toda própria: a gente quis resgatar aqueles que criaram, que bolaram a cidade, mas também aqueles que botaram a mão no martelo, no concreto, nas ferragens”, enfatizou Elias Manoel da Silva, historiador do ArPDF.

Lucio Costa
A outra exposição, situada bem ao lado da primeira, traz um acervo que até bem pouco estava distante de Brasília. Rascunhos originais do projeto do Plano Piloto, feitos pelo urbanista Lucio Costa, que antes eram exclusivos da Casa da Arquitectura de Portugal, foram compartilhados digitalmente com o Arquivo Público após assinatura de um acordo, em fevereiro deste ano. Agora, foram impressos em grande escala e estão à vista de todos na Esplanada. O nome da mostra, A Cidade que Inventei, é uma referência ao título de uma publicação na qual o próprio Lucio Costa descreve como projetou a capital.

Os rascunhos foram colocados ao lado de fotos que mostram como as construções ficaram depois de prontas. “A intenção foi exatamente mostrar que, a partir desse pequeno traço a lápis ou à caneta, tão simples, no verso de um papel timbrado qualquer, ele já tinha ideias fantásticas. Ao lado a gente coloca uma foto que traz uma visão da Brasília daquela época da inauguração para mostrar o quão real se tornou isso, o quanto um traço de um arquiteto, de um urbanista pode virar uma cidade que mexe com a vida de milhões de pessoas”, apontou o arquivista Hélio Júnior, curador da exposição ao lado da historiadora Cecília Mombelli.
As duas exposições ficam abertas ao público deste sábado (19) a segunda-feira (21), a partir das 14h. As estruturas estão montadas no gramado central da Esplanada dos Ministérios, na altura da Catedral Metropolitana de Brasília. A entrada é gratuita e não há necessidade de retirada de ingresso.
Fonte: Agência Brasília