A partir do próximo dia 7 de julho, o Distrito Federal inicia uma das maiores pesquisas de campo já realizadas para entender, diretamente com os moradores, como está a sensação de segurança nas cidades. A ação, coordenada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF), prevê mais de 19 mil entrevistas presenciais em domicílios de todas as regiões administrativas do DF, abrangendo exclusivamente áreas urbanas.

 O levantamento, que acontece até o fim do ano, é considerado estratégico para orientar o trabalho das forças de segurança e aprimorar as políticas públicas. A última edição foi feita em 2018 e, agora, a pesquisa retorna com o propósito de captar não apenas os números de crimes, mas principalmente a percepção da população sobre o tema.

“Os índices oficiais mostram que o DF tem avançado no combate à criminalidade, mas precisamos olhar além das estatísticas e entender como as pessoas se sentem no dia a dia”, afirma o secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar. “Queremos ouvir o cidadão para aperfeiçoar nossas ações e garantir que as ruas, os bairros e as cidades estejam de fato mais seguras”, acrescenta.

Pesquisa com foco na realidade das pessoas

Diferente dos registros oficiais de crimes, o estudo pretende levantar informações sobre delitos que não foram denunciados, medir o sentimento de segurança, avaliar a confiança da população nas instituições e identificar o nível de satisfação com o trabalho das forças de segurança.

As entrevistas serão feitas por profissionais devidamente capacitados, contratados por empresa especializada. Todos estarão uniformizados, com crachá de identificação e QR Code, para que o morador possa confirmar a autenticidade do entrevistador. O subsecretário de Gestão da Informação da SSP-DF, George Couto, explica que as visitas também contarão com gravação de áudio para garantir a transparência e a segurança das informações.

“Queremos que as pessoas se sintam seguras ao participar, por isso estruturamos um processo confiável, transparente e fácil de verificar”, destaca Couto.

Visitas em horários flexíveis

Para garantir que o maior número possível de moradores seja ouvido, as visitas acontecerão todos os dias, das 7h às 22h, inclusive nos fins de semana e feriados. Em cada residência, será entrevistada uma pessoa com 16 anos ou mais, respeitando critérios técnicos para assegurar que a pesquisa reflita a diversidade do DF.

A metodologia foi desenhada para representar diferentes perfis de moradores, considerando sexo, idade e localização. Com isso, será possível atualizar e comparar os dados com as edições anteriores da pesquisa, formando uma base sólida de informações sobre vitimização e segurança.

Participação que faz a diferença

O governo destaca que os resultados da pesquisa vão orientar o planejamento e as ações das forças de segurança, além de fortalecer o diálogo com a sociedade. Para o secretário Sandro Avelar, a participação popular é essencial: “Segurança pública se faz ouvindo as pessoas. Quando o cidadão participa, nos ajuda a entender os desafios e encontrar soluções mais inteligentes e eficazes”.

Os dados coletados devem ser analisados nos próximos meses e, segundo a SSP-DF, o resultado final será divulgado no início do próximo ano.