Governador elencou pontos cruciais para o pleno equilíbrio da região amazônica brasileira (Foto: Brunno Carvalho)

O governador Flávio Dino participou, nesta sexta-feira (28), de reunião virtual com representantes da LEAF Coalition (Lowering Emissions by Accelerating Forest Finance, ou Reduzindo as Emissões pela Aceleração do Financiamento Florestal, na tradução da sigla para o português). A Coalizão LEAF é uma iniciativa que envolve os governos dos Estados Unidos, Noruega e Reino Unido, além de um grupo com grandes empresas, que tem como objetivo oferecer financiamento para projetos de combate ao desmatamento e conservação florestal. A meta da aliança público-privada é mobilizar ao menos U$$ 1 bilhão em financiamento, que será utilizado para pagamento de países ou governos locais, por resultados nos níveis de redução do desmatamento.

Flávio Dino participou da reunião na condição de presidente do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal, que integra nove estados da região (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins).  

Reunido com dirigentes da Emergent, organização sem fins lucrativos que coordena a Coalizão LEAF, e com diretores do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Flávio Dino falou sobre os principais desafios para que a Amazônia brasileira atinja o desenvolvimento sustentável necessário para essa região verde, que ocupa 60 % do Brasil, que é um dos cinco maiores países em extensão territorial.

Pandemia, legislação e desemprego

Dino elencou três pontos cruciais para o pleno equilíbrio da região amazônica brasileira: a pandemia do novo coronavírus, a dificuldade no cumprimento à legislação ambiental e o alto índice de desemprego que o país atravessa. 

“Nós temos um quadro bastante difícil no Brasil nesse momento, especialmente na Amazônia, porque nós temos a confluência, junção de três fatores muito preocupantes: o primeiro, de conhecimento global, vivência global, é a pandemia do coronavírus, que ainda está presente entre nós com muita força. Em segundo lugar, muita dificuldade de dar afirmação da autoridade da lei, o princípio da legalidade, com muitos episódios recentes, inclusive de violência aberta na Amazônia brasileira. Tivemos nesta semana o ataque armado a uma tribo indígena, por garimpeiros em conflito entre a polícia. Terceiro fator de preocupação é o desemprego, a desocupação das pessoas, que segundo o próprio governo federal chegou a patamares recordes na história do nosso país”, destacou Flávio Dino. 

Consórcio Amazônia Legal

O governador ressaltou a importância do Consórcio Amazônia Legal para articular recursos e garantir respaldo jurídico para ações em defesa do território amazônico. 

“O nível subnacional é imprescindível. Sem ele nada se faz em um país continental. Sem articulação de Estados e municípios nada se faz, na prática. Você pode assinar papéis, mas os papéis não chegarão ao mundo prático. No âmbito deste consórcio, de nove estados, nós temos o mecanismo financeiro próprio. Portanto, temos condições de articular institucionalmente e ao mesmo tempo legalmente, de reunir e alavancar recursos para iniciativas de interesse comum”, pontuou. 

Plano de Recuperação Verde

Durante sua participação no encontro, Flávio Dino também apontou o lançamento do Plano de Recuperação Verde, inciativa do Consórcio da Amazônia Legal que será estruturado, em sua versão embrionária, em quatro eixos: desmatamento ilegal; produção sustentável e capacidade de geração de empregos; tecnologia verde e programas de capacitação e por último, mas não menos importante, infraestrutura verde. 

“Sem a capacidade de gerar renda e trabalho para o nosso povo, 30 milhões de pessoas, não haverá uma consciência ambiental efetiva. Não haverá conscientização ambiental se ela não estiver vinculada às condições materiais da vida do povo simples, humilde e empobrecido da Amazônia brasileira”, disse Flávio Dino ao defender a pertinência do segundo eixo. 

“Nós também gostaríamos de apresentar, em reuniões técnicas posteriores, os nossos projetos atinentes às cadeias produtivas verdes e ao reflorestamento, porque considero que essas são ações que têm uma grande afinidade com os propósitos da LEAF Coalition, e ao mesmo tempo são ações efetivas para que nós possamos fortalecer as ações tendentes à proteção do meio ambiente e promoção da cidadania, com qualidade de vida à nossa população”, completou Dino. 

Participaram da reunião virtual da Coalizão LEAF, o diretor executivo da Emergent, Eron Bloomgarden, a diretora de suprimentos da organização, Rocio Sanz Cortes, o vice-presidente de Soluções Climáticas Naturais da Emergent, Moon Herrick, além do diretor sênior de Desenvolvimento e Políticas Públicas do IPAM, Eugênio Pantoja e da diretora adjunta do Instituto, Gabriela Savia, entre outros dirigentes e pesquisadores da Emergent e do IPAM.  

A Coalizão LEAF é uma iniciativa global direcionada a todos os países tropicais comprometidos na redução do desmatamento e proteção das florestas tropicais, com pagamentos ocorrendo após resultados serem alcançados.

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Fonte: Agência de Notícias do Maranhão