O furto de energia, também conhecido como perdas não técnicas de energia elétrica no Brasil, custou R$ 10,3 bilhões em 2024, segundo relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Conhecido como “gato”, o furto de energia ocorre no mercado de baixa tensão, que inclui consumidores residenciais, pequenos comércios, escritórios e pequenas indústrias. Essa prática resulta em um consumo descontrolado da carga distribuída. Muitas vezes, aparelhos tecnicamente inadequados estão conectados a essa carga furtada, causando danos ao sistema e prejudicando o atendimento aos demais consumidores.

As concessionárias de grande porte, com mercado superior a 700 Gwh (gigawatt-hora), são responsáveis pela gestão dos níveis dessas perdas comerciais, dada a complexidade e a amplitude do mercado de distribuição e das práticas irregulares.

A Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) analisa a complexidade e os desafios desse crime no estudo “Furto de energia: Perdas não técnicas”, recentemente lançado. O documento explica como os custos associados a furtos impactam a tarifa de energia de todos os consumidores regulares.

O sistema elétrico brasileiro lida diariamente com perdas de energia. Uma parte é técnica, inerente ao transporte e transformação da eletricidade, enquanto outra refere-se a ligações irregulares, fraudes e erros de medição ou faturamento, que cresceram e atingiram 16,02% do mercado de baixa tensão em 2024.

Além do impacto financeiro na conta de luz, essa prática gera consumo descontrolado, podendo sobrecarregar o sistema, danificar a infraestrutura e prejudicar a qualidade do serviço aos demais consumidores.

Segundo a Aneel, em 2024, as interrupções no fornecimento por roubo de energia somaram 88.870, com duração média de 8,64 horas cada.

A segurança da população também é comprometida: em 2024, 45 pessoas morreram e 69 ficaram feridas em acidentes relacionados a furtos ou ligações clandestinas, conforme levantamento da Abradee.

“O combate ao furto de energia é uma responsabilidade coletiva. Mais do que um prejuízo financeiro, as ligações clandestinas colocam vidas em risco, sobrecarregam o sistema elétrico e penalizam o consumidor regular com tarifas mais altas. Precisamos de políticas públicas integradas, conscientização da população e reforço na fiscalização para garantir um fornecimento seguro, justo e sustentável para todos os brasileiros. O furto de energia no Brasil equivale ao total gerado pela usina de Tucuruí, no Tocantins, a segunda maior do país”, afirmou o presidente da Abradee, Marcos Madureira.

A Associação e suas distribuidoras atuam ativamente no combate ao furto, com iniciativas como a Campanha Nacional de Segurança, focada na prevenção de acidentes e na conscientização. As empresas buscam identificar e coibir os furtos utilizando tecnologia, incluindo equipamentos mais resistentes e inteligência artificial.

Fonte: Agência Brasil