A Revista Pihhy, produzida pelo Núcleo Takinahakỹ de Formação Superior Indígena, uma realização da Universidade Federal de Goiás (UFG) e do Ministério da Cultura (MinC), por meio da Secretaria de Formação, Livro e Leitura (Sefli), chega a sua colheita com uma nova edição repleta de conteúdos de diversos povos indígenas. A publicação se consolida por ser um espaço fecundo para a criação, produção e circulação de materiais de autoria indígena.  

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A Plataforma, disponível no site do MinC, já alcançou a marca de cerca de 100 autores e autoras indígenas, pertencentes a mais de 40 povos originários distintos, em todo o país, traduzindo, ainda, intelectuais indígenas mexicanos para o português, e conhecimentos indígenas brasileiros para o inglês, consolidando-se como um veículo indispensável para a difusão de vozes historicamente silenciadas no país.  

A Revista Pihhy é um marco na história da produção intelectual indígena no Brasil. Única em seu gênero, a publicação tem sido uma ponte essencial entre os saberes indígenas e a sociedade, promovendo um espaço de expressão autêntico, pluriepistêmico e plurilíngue. 

“Nesse sentido, ela é a nossa primeira ação em torno do programa Conexão, Cultura e Pensamento. Nosso primeiro solo para plantar e cultivar essas sementes é a roça indígena no sentido de ararmos um pensamento mais orgânico, diverso, circular e cosmológico, como diria Nêgo Bispo, nesta parceria do MinC com a UFG e com os pensadores, escritores, artistas, cientistas e mestres indígenas. Portanto, não foi à toa a escolha do nome para a revista”, afirma o secretário de Formação Cultural, Livro e Leitura do Ministério da Cultura, Fabiano Piúba. 

Para ele, a palavra “semente” tem um sentido mais abrangente e dita assim, na língua mehi jarka do povo Mehi-Krahô, ganha mais sentido e sentimento. Nesse terreno fértil, Pihhy não é uma só semente, ela é um “sementário” (essa palavra inventada), um banco de coleções de sementes da policultura do pensamento indígena brasileiro”, aponta o secretário.  

Para o professor e coordenador do projeto, Alexandre Herbetta, a Pihhy preenche uma lacuna fundamental na democracia brasileira: a de garantir que as narrativas e reflexões indígenas sejam contadas por quem as vive. “Com uma política editorial inovadora, a revista traz conteúdos de base indígena que dialogam com temas essenciais para toda a sociedade, como democracia, direitos, educação, arte, sustentabilidade e conhecimento”, afirma o professor da UFG.  

Já para o professor Gilson Tenywaawi Tapirapé, o impacto da revista vai além das páginas e ressalta que já são mais de 20 livros, audiolivros e filmes lançados e publicados, com outros 30 livros em desenvolvimento, reforçando o compromisso com a diversidade e a autonomia intelectual dos povos originários”, aponta Tapirapé 

A produção é fruto de uma parceria firmada no ano de 2023 entre o MinC e a UFG. E é uma iniciativa de fortalecimento à conexão, cultura e pensamento e os conteúdos começaram a ser realizadas no primeiro semestre de 2024.  

O grupo que conduz a produção é liderado pelos professores Alexandre Hartant Herbetta e Gilson Tenywaawi Tapirapé, com apoio de Mirna Kambeba Anaquiri, José Alecrim, Gregório Huhte, Julio Kamer e José Cohxyj. Entre os resultados comemorados, os livros e e-books inseridos nos currículos e planos de ensino de unidades escolares em algumas partes do Brasil, chegando às escolas indígenas e não indígenas como material didático diferenciado. 



Fonte: Ministério da Cultura