Foi aberto nesta quarta-feira (27) o seminário comemorativo aos 10 anos do Programa IberCultura Viva, espaço de diálogo, articulação e cooperação dos Estados da Ibero-América para a promoção e o fortalecimento das políticas culturais de base comunitária. Realizada na sede do Banco do Brasil, em Brasília (DF), a cerimônia contou com a presença da ministra da Cultura, Margareth Menezes, e da presidente do Programa, a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (MinC), Márcia Rollemberg.  

“O IberCultura Viva tem se tornado uma força transformadora para as políticas culturais de base comunitária dos países integrantes desse programa de cooperação. Desde a sua criação, tem garantido o protagonismo das mais diversas organizações culturais comunitárias, dos povos e comunidades indígenas, afrodescendentes, camponeses, grupos urbanos, periféricos e de cultura digital; promovendo a criação de redes culturais que ultrapassam as nossas fronteiras geográficas, reforçando a cultura como promotora de desenvolvimento, emancipação e justiça social”, comentou Margareth Menezes.

E acrescentou: “em 2024 assumimos a presidência do Programa até 2027. Como um país de imensa diversidade cultural, reafirmamos o nosso compromisso de liderar, com responsabilidade, a fim de consolidar, conquistar e expandir os horizontes do IberCultura Viva”.

O Brasil preside o IberCultura Viva pela segunda vez. Márcia Rollemberg, que assumiu o cargo de presidente do Conselho Intergovernamental do Programa em 2014, voltou ao posto no início deste ano.

Em seu discurso, ela destacou o manifesto do IberCultura Viva, declaração compartilhada no seminário que reforça os princípios de diversidade, inclusão e colaboração do Programa. “Estamos celebrando a nossa diversidade, ampliando as nossas redes e construindo o nosso futuro. E, ao lançar esse manifesto, a gente faz a analogia com uma flecha, que quanto mais para trás nós projetamos, mais para a frente podemos lançá-la. E é a força dessa analogia indígena prospectando o nosso futuro. Mirando no horizonte, lançamos uma flecha para conquistar mais uma década de travessia com cooperação, com política cultural de base comunitária e participação social”.   

“Ao longo desses 10 anos, o IberCultura Viva contribuiu para a consecução dos objetivos acordados pelos líderes do G20 na semana passada. Nesse período, se consolidou como essa ponte que conecta histórias, línguas e identidades, refirmando a centralidade da cultura de base comunitária como mediadora intercultural e construtora de consenso”, salientou o secretário de Promoção Comercial, Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura do Ministério de Relações Exteriores (MRE), embaixador Laudemar Gonçalves de Aguiar Neto.

A década de existência do Programa, assim como seu futuro, foram enfatizados pela representante da Secretaria Geral Ibero-americana (Segib), Sara Díez Ortiz de Uriarte. “Queremos continuar construindo futuros, ampliando redes, testando memórias e celebrando a diversidade. São valores muito importantes num contexto mundial de questionamento do multilateralismo”.

Representante do recém-criado Instituto Latino-americano de Promoção de Cultura Viva Comunitária e coordenador do grupo cultural El Culebrón Timbal e líder do coletivo Pueblo Hace Cultura, Eduardo Balán observou como a integração ibero-americana se posiciona diante dos desafios dos próximos 10 ou 20 anos. “Creio que ela é a chave como recurso para levar à frente esse desafio de nos achar como protagonista de um movimento de desenvolvimento baseado na democracia participativa, numa economia social, uma cultura viva, e no modo de abordar a vida que seja cooperativo e não competitivo”.         

O vice-presidente de Negócios de Governo e Sustentabilidade Empresarial do Banco do Brasil, José Ricardo Sasseron, ressaltou a relevância do seminário. “É importante para nós ajudar a fazer a integração entre os povos, entre a cultura dos povos latinos, americanos e ibéricos, e os brasileiros. Vocês que trabalham com cultura têm um papel muito importante que é conservar a memória de cada país”.  

Também participaram da solenidade a secretária das Culturas de Niterói e representante da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais, Júlia Pacheco; e a representante do Grupo Impulsor do Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, Ruth Mendoza Garcia.

Reflexão

O seminário visa estimular uma reflexão a respeito dos resultados da ação ao longo desta década de existência e dos desafios, com debates reunindo gestores culturais, integrantes da sociedade civil, artistas e pensadores.

Estarão presentes representantes dos governos de nove dos 12 países membros do Programa, além da República Dominicana, que participou por um ano como país convidado e foi incorporada oficialmente nesta semana. O grupo é composto ainda por Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Equador, Espanha, México, Paraguai, Peru e Uruguai.

A programação nesta quinta-feira (28) terá as mesas Resultados e Desafios do Programa IberCultura Viva, Integração Ibero-americana e Atuação em rede na formação, pesquisa e extensão.

Entre os palestrantes e mediadores estão a presidente, a vice e a secretária Técnica do Programa; a secretária Márcia Rollemberg; do Chile, Marianela Riquelme Aguilar e Flor Minici; o presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), Alexandre Santini; e o diretor de Culturas Populares e Tradicionais da Secretaria da Cidadania e Diversidade Cultural do MinC, Sebastião Soares.

Cooperação

O IberCultura Viva é um programa de cooperação cultural vinculado à Secretaria Geral Ibero-americana (SEGIB). Congrega 13 países da Ibero-América e busca fortalecer as culturas vivas comunitárias, reconhecendo e valorizando organizações culturais comunitárias, povos indígenas, comunidades afrodescendentes e camponesas e grupos que promovem a cultura digital.

Foi criado para apoiar o desenvolvimento de políticas públicas inclusivas e sustentáveis. Também tem como objetivo colaborar para a construção de identidades culturais, na quais as diferenças sejam vistas como riqueza e fonte de aprendizado mútuo.

A iniciativa apoia projetos culturais que incentivem a participação comunitária e a geração de redes culturais que ultrapassem fronteiras. Promove também espaços de formação, visibilidade e troca para iniciativas locais que, muitas vezes, ficam à margem dos processos de decisão política e cultural.

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Fonte: Ministério da Cultura