MinC, MEC e Itaú realizam seminário voltado à promoção do direito cultural e desenvolvimento integral

Promover reflexões e trocas sobre as políticas internacionais que integram arte, cultura e educação, com foco em experiências intersetoriais, em prol da educação integral e modelos bem-sucedidos de formulação e implementação. Com esse objetivo, o Ministério da Cultura (MinC), o Ministério da Educação (MEC) e a Fundação Itaú realizaram, nesta quinta-feira (20), o Seminário Arte, Cultura e Educação: Fortalecendo as conexões para o Desenvolvimento Integral.  

O evento, online e voltado para convidados, foi a primeira iniciativa do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) assinado entre as entidades. E contou com mais de 130 participantes, com a presença de secretarias e vinculadas de ambos os ministérios, além de professores, representantes de fundações, pesquisadores e gestores da Colômbia e Alemanha. Uma oportunidade de trocar saberes para o fortalecimento de políticas públicas e aprofundar as compreensões sobre o tema: que as alianças entre a cultura e a educação são fundamentais para a democratização do direito cultural, a promoção do desenvolvimento integral e a criação de repertórios de aprendizagem para a população brasileira, em especial para crianças, adolescentes e jovens do país. 

“A nossa ministra sempre fala da experiência dela de formação artística dentro da sua escola, lá em Salvador, que foi lá que ela se definiu, inclusive, enquanto artista. Ela sempre diz que ela só é ministra da Cultura porque teve aquela experiência de arte, ainda adolescente, numa escola de tempo integral”, aponta o secretário de Formação, Livro e Leitura (Sefli), Fabiano Piúba. 

E completa: “a cultura é o pão integral das escolas em tempo integral, porque a cultura melhora o Indice da Educação Básica e melhoram um indicador muito mais relevante, que é o da Alegria, em A maiúsculo”.  

O secretário explicou ainda sobre os eixos de uma importante política, a da presença da arte e da cultura nas escolas brasileiras. “Temos um eixo de inserção de disciplinas de artes nas escolas de tempo integral, como também a presença de artistas, companhias, coletivos, grupos, mestres e mestres da cultura dentro das salas de aula. E temos o segundo eixo, que é a compreensão que os espaços próprios da cultura também são ambientes de formação, um teatro, um cinema, um museu, uma biblioteca. Uma terceira linha é a dimensão da leitura e da escrita, que são projetos que incentivam a leitura e escrita criativa e literária nas escolas. Uma quarta linha é a do audiovisual, que trata da exibição da produção do cinema brasileiro nas escolas. E, por fim, a dimensão da aplicação das leis que tratam das culturas e das histórias afro-brasileiras e indígenas. Isso é fundamental para a promoção não só da diversidade, mas também da cidadania e da democracia em nosso país”, ressaltou.  

Para a diretora de Educação e Formação Artística do MinC, Mariangela Andrade, o seminário revelou a importância desse trabalho coletivo, de estarem “todos juntos, unidos, para que possamos construir mais debates como esses. E devemos ter um momento presencial, um novo encontro em breve”, ressaltou.   

O presidente da Fundação Itaú, Eduardo Saron, ressaltou a importância de termos essa aliança entre cultura e educação para um mundo mais vivido, mais humano, com seres que compartilhem, que troquem e se afeiçoem. “A solução para os problemas do mundo está entre nós. E nunca essa aliança entre cultura e educação se faz tão necessária para vencer os desafios. Como um fruto desse ACT, queremos reforçar aqui o nosso interesse de continuar fazendo esforços: crianças, adolescentes e jovens que tenham na arte e na cultura base e apoio para se desenvolverem ainda mais. Temos ainda poucas evidências sobre a importância da arte e da cultura na educação. Daí a necessidade de construirmos bases nesses próximos anos”, frisou o presidente.  

Para Alexsandro Santos, diretor de Políticas e Diretrizes da Educação Integral Básica do MEC, a educação e cultura não podem andar separadas. “No MEC, já temos um acúmulo de boas experiências e de indicadores que fortalecem essa aliança. E as escolas de tempo integral são nossa política hoje para isso. E ressalto aqui que há um equilíbrio de ofertas de disciplinas, as de arte e cultura tem o mesmo peso e importância das demais. E já sabemos, e estamos colocando isso em prática já, de como as artes na escola melhoram as competências dos nossos alunos”, finalizou. 

“Um prazer em colaborar com o Brasil e trazer subsídios para qualificar ainda mais a qualidade da educação no Brasil. Estamos aqui para ajudar, e para fortalecer essa união de arte e cultura na educação”, afirmou Diana Toledo, líder do Education Policy Outlook da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).   

Influências da Cultura no Desenvolvimento Integral:  

 A população reconhece a importância das atividades artísticas e culturais nas escolas: 

A cultura possui potencial pedagógico e de inovação as práticas de ensino: 

Percepções sobre quais competências as atividades culturais influenciam: 

Autoconhecimento – 43%
Empatia – 38%
Criatividade – 38%
Colaboração – 34%
Comunicação – 33%
Pensamento crítico – 27%
Autonomia – 26%
Flexibilidade – 22%
Cidadania – 22%
Letramento digital – 7% 

Os dados acima foram coletados da pesquisa de Flávio Comim sobre as Artes e Esportes: Relação com desenvolvimento integral, do Itaú Social, 2019, do trabalho Arte e Cultura nas Escolas, do Observatório Equidade. Info e da 5ª edição Hábitos Culturais, do Observatório Datafolha.