Com o tema Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável, o Ministério da Cultura (MinC) deu início nesta quinta-feira (22), à 2ª Reunião Técnica do Grupo de Trabalho (GT) da Cultura do BRICS.
Representantes dos países-membros se reúnem em Brasília para fortalecer a cooperação cultural e contribuir com o texto preliminar da declaração que será apresentada aos ministros do grupo na próxima segunda-feira (26).
O encontro faz parte de uma série de reuniões realizadas ao longo de 2025 sob a presidência brasileira do bloco, culminando em uma sessão ministerial que integra temas estratégicos para os países emergentes.
Quatro temas principais guiaram o debate do primeiro dia: Cultura e Economia Criativa; Direitos Autorais e Inteligência Artificial; Cultura, Mudanças Climáticas e Agenda de Desenvolvimento Pós-2030 e Retorno de Bens Culturais, além de Festivais e Alianças dos BRICS.
Bruno Melo, coordenador do grupo técnico do BRICS, abriu o evento e destacou a relevância dos debates para o cenário atual.
“Esses temas são cruciais no mundo de hoje e têm uma relevância maior para os países do Sul Global, que enfrentam desafios específicos em comparação com os países desenvolvidos”, afirmou.
A economia criativa foi apontada como uma força essencial para o desenvolvimento sustentável, e discussões abordaram também a necessidade de regulamentação no ambiente digital, com foco na proteção dos direitos autorais e na remuneração justa para artistas.
Outra pauta foi a interseção entre cultura e mudanças climáticas. Tatiana Teixeira, chefe da divisão de Assuntos Multilaterais Culturais, do Instituto Guimarães Rosa, Ministério das Relações Exteriores, também compôs a mesa de abertura, abordou que o tema ganha urgência com a aproximação da COP 30.
“Esse novo cenário nos impõe a necessidade urgente de debater cultura e mudanças climáticas. O Ministério da Cultura tem trabalhado para trazer esses temas à tona”, afirmou.
Ela também explicou a escolha do termo retorno para tratar da devolução de objetos culturais.
“Optamos por usar a palavra patrimônio, pois ela está profundamente ligada à nossa história. Também preferimos ‘retorno’ ao invés de ‘restituição’, termo que é mais amplamente reconhecido internacionalmente”, explicou.
Avanço das discussões
Após a abertura, os participantes iniciaram a revisão do texto da declaração, que orientará as políticas culturais dos países membros. Os debates incluíram os eixos temáticos.
“Hoje, passamos em revista o texto da declaração dos ministros. Esse documento é resultado de um trabalho de todo o semestre, com consultas realizadas aos países e apresentadas pela presidência brasileira”, concluiu Bruno Melo.
A expectativa é que o texto seja finalizado até amanhã, sexta-feira (23), consolidando como uma documento que reflita as prioridades dos países do BRICS no cenário global.
O BRICS e a presidência brasileira
O Brasil assumiu a presidência do BRICS em 2025. O bloco é composto ainda por Rússia, Índia, China e África do Sul, e recentemente foi ampliado para incluir Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã e Indonésia.
A cúpula representa uma oportunidade estratégica para discutir o papel da cultura como ferramenta para um mundo multipolar mais diverso e fortalecido, promovendo sustentabilidade, inclusão social e soluções conjuntas para os desafios da governança global.
Fonte: Ministério da Cultura