Os sinistros de trânsito na cidade do Rio de Janeiro estão em uma rápida ascensão e, no acumulado entre janeiro e agosto de 2025, superam 20 mil, ultrapassando os números de 2022 e 2021.
Os dados foram revelados pelo secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, durante o evento “A violência no trânsito e seus indesejáveis efeitos”, promovido pelo Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) na última segunda-feira (23). O seminário foi uma ação de conscientização pela Semana Nacional do Trânsito, que ocorre entre 18 e 25 de setembro, com o tema “Desacelere. Seu bem maior é a vida”.
O levantamento da secretaria municipal indica um aumento constante nos sinistros de trânsito nos últimos cinco anos:
- 2021: 13.965
- 2022: 19.625 (+40%)
- 2023: 24.793 (+26%)
- 2024: 32.401 (+30%)
- 2025 (até agosto): 20.201
Nesse contexto, o secretário destacou o impacto do aumento da frota e dos acidentes com motocicletas na cidade. Segundo Soranz, em 2021, o Rio registrou 5,8 mil quedas de moto, número que subiu para 12,4 mil em 2024.
“Os acidentes de moto e as vítimas fatais nesses acidentes têm se multiplicado. Isso gera uma sobrecarga sobre todos os serviços de urgência e emergência na cidade do Rio de Janeiro. Temos dezenas de pessoas internadas nos hospitais precisando de cirurgia ortopédica, e não temos capacidade de atender a todos, porque o número cresce em proporções alarmantes”, alertou.
Para ilustrar que a violência no trânsito impacta mais a saúde pública do que muitas doenças, o secretário comparou que a mortalidade causada por esses sinistros a cada 100 mil habitantes é dez vezes maior que a provocada pela dengue.
No Rio de Janeiro, a Comissão Permanente de Segurança Viária é presidida pela Secretaria Municipal de Saúde e conta com mais 10 órgãos. O grupo é responsável por implementar o Plano de Segurança Viária da cidade, que tem como meta reduzir as mortes no trânsito em 50% até 2030, alinhando-se aos objetivos da década de redução de mortes no trânsito proposta pela Organização Mundial da Saúde.
Além de diminuição das mortes no trânsito, o plano busca reduzir em até 30% as internações hospitalares de motociclistas até 2030.
“Esse plano tem foco em pedestres, ciclistas, motociclistas e entregadores, com intervenções urbanas que possam ajudar a mitigar os sinistros, promovendo uma integração intersetorial entre saúde, mobilidade urbana, fiscalização e educação”, explicou o secretário.
O plano prevê a requalificação, até 2026, de 60 cruzamentos críticos, além de aumentar os pontos de controle de velocidade em 40% até 2027. Em termos de conscientização, a prefeitura pretende atingir todas as escolas municipais até 2028 com campanhas permanentes sobre segurança viária.
“Há óbitos, mas também uma quantidade imensa de sequelas permanentes e amputações em acidentes de trânsito. O custo social é altíssimo para as famílias, para os indivíduos e para toda a sociedade”, afirmou.
Fonte: Agência Brasil