A Fundação Casa de Rui Barbosa, por meio do Instituto Rui Barbosa de Altos Estudos em Cultura (IRBaec), encerrou nesta quinta-feira (24) o curso “Uma arrebentação das margens: prosa de autoria de mulheres afro-brasileiras e afrodiaspóricas”, ministrado pela doutora Conceição Evaristo. A atividade reuniu mais de 4.500 participantes online, 300 pessoas presencialmente e ultrapassou a marca de sessenta mil visualizações no canal da FCRB no YouTube, em uma mobilização expressiva do público em torno da palavra e da presença da autora.
Conceição Evaristo também celebrou a importância e sucesso do curso: “O conceito de Escrevivência tem sido usado em várias áreas do conhecimento, como um conceito que parte da experiência de mulheres negras. Normalmente, os nossos cursos de Letras não trazem uma bibliografia negra — isso é muito recente, assim como é recente uma crítica negra. Esse movimento tem despertado interesse, até porque há muitas pesquisas em que as pessoas estão buscando mais conhecimento. Eu acho que é um grande passo da Casa de Rui Barbosa, um passo realmente necessário, pela importância que a Casa tem. E repito: este é um momento em que a Casa tem a possibilidade de atingir o maior número possível de pessoas — e, mais do que isso, um público mais variado. Desde quem faz pesquisa aqui, presencialmente, até quem está mais distante, inclusive fora do estado. O espaço digital, para quem consegue acessar, é um lugar onde as pessoas podem usufruir de aulas, de discussão, e experimentar este espaço como um espaço democrático, onde mais pessoas possam acessar.”
Ao longo dos quatro encontros, Conceição compartilhou os fundamentos de sua Escrevivência, convocando o público a refletir sobre a oralidade, a memória e a escrita de mulheres negras como forças criadoras e coletivas. O conteúdo percorreu desde a origem do conceito de escrevivência até o espelhamento de experiências entre leitoras e autoras, explorando a potência da oralitura como herança e resistência.
O encerramento do curso foi marcado por uma oficina de criação literária, onde as participantes escreveram a partir de objetos afetivos levados por elas, ativando memórias e imaginários pessoais. Logo após, foi realizado um momento de sessão de autógrafos para os presentes.
Fonte: Ministério da Cultura