Trocar, por um dia, a rotina da sala de aula pela movimentação dos bastidores do poder público foi a experiência vivida por Natasha de Souza Rocha, de 17 anos, estudante do Centro de Ensino Médio (CEM) 01 de Planaltina. Na última terça-feira (1º), ela acompanhou de perto o dia da secretária de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF), Marcela Passamani, participando de reuniões, eventos institucionais e ações sociais. A iniciativa faz parte do projeto Meninas em Ação, uma proposta do Governo do Distrito Federal (GDF) que conecta estudantes da rede pública a mulheres que ocupam posições de liderança em secretarias do governo, embaixadas, organizações internacionais e grandes empresas.
Selecionada entre 30 jovens para a primeira edição do projeto, Natasha teve a oportunidade de vivenciar, na prática, o que significa ocupar um cargo de responsabilidade e tomar decisões que impactam a vida da população. O Meninas em Ação busca justamente estimular o protagonismo feminino e mostrar que espaços de poder e liderança também pertencem às mulheres, especialmente às que, como Natasha, vêm de escolas públicas.
A agenda do dia começou cedo. Às oito da manhã, a estudante foi buscada na escola, no Setor Educacional de Planaltina, e seguiu para o Conic, onde acompanhou a secretária em uma aula de canto. Em seguida, as duas foram até o Park Way, onde participaram do programa Conversa com Eles, voltado à prevenção da violência doméstica. O projeto leva palestras e rodas de conversa para trabalhadores da construção civil e servidores do GDF, tratando de temas como respeito, igualdade de gênero e valorização da mulher, justamente um dos principais focos da atuação da Sejus.
Depois do almoço, Natasha acompanhou Marcela Passamani em uma reunião com todas as subsecretarias da pasta. Durante o encontro, a jovem conheceu de perto os projetos em andamento e entendeu como funciona o planejamento e a execução das ações da secretaria. Segundo a secretária, abrir as portas da gestão pública para essas estudantes é uma maneira de inspirá-las e mostrar que as mulheres podem e devem ocupar posições estratégicas no governo. “Quando essas meninas se veem nesses espaços, percebem que não existe lugar proibido para elas. Estamos aqui para quebrar essas barreiras”, destacou Passamani.
Ao final do dia, Natasha compartilhou o quanto a experiência mexeu com seus planos para o futuro. “Sempre sonhei em seguir a área fiscal, mas depois de hoje, entendi o quanto posso contribuir dentro da gestão pública também. Foi uma experiência que abriu a minha cabeça”, contou a estudante. Para ela, o Meninas em Ação não é só uma visita, é um passo concreto rumo à igualdade. “Esse projeto deixa claro que o lugar da mulher é onde ela quiser. Não existe limite quando a gente acredita”, completou.
O projeto Meninas em Ação segue até o final do ano, oferecendo a outras jovens a mesma oportunidade de vivenciar a rotina de mulheres que ocupam cargos de liderança em diferentes órgãos e instituições. A iniciativa é inspirada no movimento internacional Girls Takeover, promovido pela organização Plan International, que já levou meninas ao comando simbólico de governos, empresas e instituições em mais de 70 países. O objetivo, tanto lá fora quanto aqui no Distrito Federal, é o mesmo: abrir portas, estimular sonhos e garantir que as próximas gerações de líderes sejam, cada vez mais, diversas, justas e femininas.
