Quando foi selecionada no edital para agente territorial de cultura, Janaina Santana ficou insegura sobre a melhor forma de disseminar informações sobre políticas públicas de cultura na Zona da Mata de Pernambuco. Atuando na região que abrange os municípios de Vitória de Santo Antão, Pombos, Chã de Alegria e Glória do Goitá, ela se deparou com o desafio de alcançar a população de todas essas cidades.

“Eu ainda fazia aquele papel de marcar reuniões. Conhecia alguns grupos, mas uma coisa muito interna minha. Quando eu comecei a ver realmente as várias possibilidades que o campo da comunicação digital poderia me trazer, deu aquele estalo. Eu comecei a ver que eu não ia conseguir fazer com que meu Plano de Ação saísse do papel para a prática se não tivesse divulgação”, explicou.

Foi a partir das lives temáticas realizadas pelo Ministério da Cultura (MinC), no âmbito do Programa Nacional dos Comitês de Cultura (PNCC), que ela percebeu que tinha as ferramentas necessárias para abrir um perfil no Instagram, se apresentar e estabelecer conexões.

“Quando começaram as lives, nesse processo da gente começar a usar a comunicação para poder divulgar o nosso trabalho, isso me ajudou muito. Eu nem sabia fazer, foi muito difícil, acho que talvez para outras agentes também. Mas teve uma live dando dicas de como usar o Canva, aplicativos que são gratuitos, trazendo uma comunicação mais democrática, bem mais acessível. Foi quando abriu um campo de possibilidades que eu nem sabia que existia”, concluiu.

A experiência foi compartilhada na live temática para agentes territoriais de cultura, realizada nesta quarta-feira (26). Última atividade virtual dessa temporada, o tema de encerramento foi Plano de Ação Cultural: possibilidades de atuação e mobilização popular dos Agentes Territoriais de Cultura.

Janaina Santana contou que a partir das aulas do curso de formação, oferecido pelo PNCC em parceria com institutos federais nas cinco regiões do país, e motivada pelas orientações que recebeu durante as lives, sentiu a necessidade de criar um perfil exclusivo no Instagram para mostrar como é estar em campo e o que está aprendendo no curso. Clique aqui para conhecer o diário de uma agente territorial de cultura.

Atuação coletiva

Vinicius Rodrigues também é um dos 601 agentes territoriais selecionados pelo Programa. Ele mora em Planalto (BA) e atua na região imediata de Vitória da Conquista (BA), no sudeste baiano. Contramestre de capoeira, ele trabalha com cultura popular. Para alcançar ainda mais pessoas, uniu-se a Yan de Oliveira, outro agente territorial, para somar experiências e potencializar a divulgação das ações.

“O sudeste da Bahia é um dos maiores territórios do estado, são muitos municípios, e a geografia é bem diferenciada. A gente está entre o sertão e o litoral. Por isso, decidimos fazer essa parceria e trabalhar juntos. Unimos o público de museu, de pesquisa, e o meu público da capoeira. Criamos um grupo no WhatsApp com os fazedores de cultura, depois outro com os gestores dos municípios e começamos a conversar com eles. Faltava a divulgação de tudo que estava acontecendo. Foi aí que veio a ideia de criar um perfil no Instagram para divulgar as ações, os eventos da região de capoeira, de teatro, de música. E aí, de uma hora para outra, o Instagram começou a bombar”, contou Vinícius durante a live.

Clique aqui para conhecer o perfil.

A servidora da Coordenação de Mobilização e Formação do MinC, Rosiane Rêgas, atuou como mediadora da atividade virtual e lembrou que os agentes territoriais são fundamentais na estratégia de nacionalizar o acesso a recursos e às políticas públicas de cultura.

“O Brasil é um país de dimensões continentais, o que torna um desafio chegar em todos os lugares. E falo isso destacando uma das estratégias do nosso Programa Nacional dos Comitês de Cultura, que é justamente a territorialização. Chegar aos espaços onde o Ministério da Cultura não tem braços para chegar. E aí está o papel primordial de vocês, agentes territoriais de cultura”, destacou.

Assista à íntegra da live sobre Plano de Ação Cultural:



Fonte: Ministério da Cultura